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A arte de apanhar ondas

2019
joana_s.j_rodrigues@hotmail.com
Psicóloga especialista em Psicologia Clínica e da Saúde
Publicado no Psicologia.pt a: 2019-07-22

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A arte de apanhar ondas

Não nos sentirmos satisfeitos num determinado momento com o nosso trabalho, não nos sentirmos inteiramente felizes na nossa relação, não nos sentirmos assim tão bem com os nossos amigos... tudo isto pode acontecer de forma natural num determinado momento... A reflexão sobre a causa dessas insatisfações, assim como a partilha com as pessoas mais  próximas, pode ajudar a que essas sensações sejam ultrapassadas.

No entanto, se essas sensações estão presentes constantemente, com diversas pessoas e em várias situações e contextos, poderá ser essencial perceber o que está por detrás disso!

Algumas pessoas nestas situações sentem que estão num local que não escolheram, a fazer o que não lhes apetece, com alguém que já deixou de fazer sentido estar... e é como se tivessem acordado num lugar, sem saber onde.

Costumo utilizar a metáfora de uma onda. Podemos estar na praia e apanhar a nossa onda, sabendo mais ou menos em que direcção vamos, ou podemos aproveitar a boleia da onda de alguém... no entanto, o destino dessa onda tende a ser escolhido pela pessoa que inicialmente a apanhou. E se tendencialmente formos uma pessoa que apanha boleia? E se nos virmos constantemente a chegar a um destino que não nos faz muito sentido? 

Existem pessoas que podem estar nessa posição durante anos e anos, que encontram vários aspectos positivos de se apanhar boleia das ondas dos outros, e sentem-se bem dessa forma. A questão surge quando as pessoas não se sentem satisfeitas com a sua vida. Algumas não se apercebem do motivo e outras, mesmo depois de se aperceberem,  têm dificuldade em cortar com estes padrões de comportamentos. 

Existem diversas razões que influenciam uma pessoa a colocar-se nessa posição. No entanto, a tomada de consciência das nossas necessidades, dos nossos comportamentos e das consequência destes, ajudar-nos-á a compreender o que nos fará mais felizes e como nos reposicionar perante determinadas situações.

 

Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.

Joana de São João Rodrigues

Joana de São João Rodrigues é Psicóloga, Membro Efetivo da Ordem dos Psicólogos e especialista em Psicologia Clínica e da Saúde. Possui licenciatura e mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde pela Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. É Pós-Graduada em Educação Social e Intervenção Comunitária e Membro Associado da Associação Portuguesa de Terapias Comportamental e Cognitiva. É Formadora Certificada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua. Desenvolveu actividade clínica de apoio a doentes com doença oncológica e seus familiares no Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil do Centro Regional de Oncologia de Lisboa, no Serviço da Clínica da Dor. Deu apoio psicológico às famílias e crianças com cardiopatias congénitas internadas no Hospital Vall d'Hebron para cirurgia através da Associació d'ajuda als Afectats de Cardiopaties Infantils de Catalunya (Associação de ajuda aos Afectados por Cardiopatias Infantis da Catalunha), em Barcelona. Desenvolveu actividade de apoio às necessidades das mulheres vítimas de violência doméstica/abuso sexual, pela Associação de Mulheres Contra a Violência, em Lisboa. Esteve integrada em diversos projectos de Cooperação Internacional, onde deu formação na área da promoção da saúde em Angola e Guiné-Bissau e foi técnica de cuidados continuados integrados de saúde mental na Associação para o Estudo e Integração Psicossocial, em Lisboa. Desde 2011 exerce clínica privada com jovens, adultos e seniores e desde Março de 2016 que integra a Equipa da ClaraMente - Serviços de Psicologia Clínica e Psicoterapia, com o objectivo de promover a saúde mental e a qualidade de vida, disponibilizando serviços de Psicologia Clínica e Psicoterapia em consultório em Lisboa e Caldas da Rainha. Desde Abril de 2019 que trabalha no Hospital Lusíadas em Lisboa, nas Unidades de Tratamento de Dor e Oncologia.

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